Monumental- O "Gigante" dos anos 50

O Monumental e o seu nome diz tudo: grandeza, imensidão, colossal...um enorme ponto de referência de Lisboa, mais concretamente na Praça do Saldanha, onde existiu durante largos anos.

Cinema Império - Outro "Gigante" Lisboeta

Em Maio de 1952, seria inaugurado o Cinema Império, localizado na Alameda D. Afonso Henriques, que contou com as presenças de diversas individualidades importantes da altura.

EDEN - O "GIGANTE" dos Restauradores

O novo Éden Teatro foi inaugurado em 1937 com a apresentação da peça "Bocage", interpretada pelo actor Estevão Amarante, numa cerimónia memóravel presidida pelo Chefe de Estado, o Marechal Carmona.

Cinema Vale Formoso: Para quando a sua reabilitação?

Entre as décadas de 1950 e 1970, este cinema (a par de outros como o Júlio Dinis, Terço, Passos Manuel, etc.) foi considerado como uma das salas de referência da cidade do Porto, tendo sido explorado pela Lusomundo.

Águia De Ouro - Clássico do Porto

Em 1930 viria a inaugurar-se o cinema sonoro com o filme All That Jazz com Al Jolson. O Águia d'Ouro seria então considerada uma das melhores salas do Porto.

31.12.23

Cinemas do Paraíso: Linha de Cascais - Parede

A vila da Parede é uma antiga freguesia portuguesa, situada a leste do Concelho de Cascais. Com 3,6 km2 de área, é das trêss vilas do Concelho a menos populosa, com cerca de 21 mil habitantes. Foi extinta em 2013, tendo sido agregada à freguesia de Carcavelos, para formar a União de Freguesia de Carcavelos e Parede.

Caracteriza-se pelas suas praias terapêuticas, particularmente pela sua exposição solar e abundância em iodo. Esta qualidade viria a reflectir-se na própria composição da vila, rica em exemplares arquitectónicos de veraneio dos séculos XIX e XX. 

Esta vila também foi agraciada com sitios cinematográficos, que fizeram as delícias do público paradense.

O primeiro cinema a ser abordado neste texto é o desaparecido Royal-Cine, que se localizava na Rua Latino Coelho, n.º 36. A sua origem remonta, provavelmente, à decada de 1930. Era conhecido pela população como um cinema "piolho". Fechou as portas em 1985 e foi demolido em novembro de 1986, para dar lugar a estabelecimento comercial. De acordo com as memórias de Ana Freitas (membro do grupo deste blogue no Facebook), cujos pais trabalharam neste cinema, a plateia era adornada com um piano, debaixo do ecrã.

Fig. 1 - Fachada do Royal-Cine (s/d)

Fig. 2 - Fachada do Royal-Cine (s/d)

Fig. 3 - Bar do Balcão do Royal-Cine (década de 1950)

Fig. 4 - Bilhete de 13.09.1969

Fig. 5 - Bilhete de 17.08.1979

Fig. 6 - Bilhete de 22.10.1983

Fig. 7 - Bilhete de 11.01.1986

Fig. 8 - Programa de 1981 (cortesia de Carlos Caria, membro do grupo de FB "Cinemas do Paraíso")

Fig. 9 - C.C. Parede (antigo local do Royal-Cine)

Para além do Royal-Cine, esta vila também teve um cinema ao ar-livre, de seu nome, Parque Oceano. Situa-se paredes meias com o Parque Morais (próximo da estação de comboios da Parede), no quarteirão formado pela Rua Domingos José Morais, com a Rua Cândido dos Reis.

Segundo Fernando Fánan (autor da página de Facebook "Carcavelos, Parede"), baseando-se numa notícia de 1979, os habitantes mais antigos da vila ainda se recordavam dos grandes bailes que ocorriam no antigo Casino Oceano, que existira anteriormente neste espaço.
Antes de se tornar num casino, fora um Chalet denominado Fiuza, cuja origem remonta a 1903, com a apresentação do projecto de construção do edificio, acompanhado do requerimento que solicitava a sua aprovação à C.M. Cascais. O projecto é da autoria do Arqt.º Gaston Landeck, e a sua execução ficou a cargo co construtor cívil Francisco Victor dos Santos Teixeira.

Fig. 10 - Chalet Fiuza

Não foram encontrados registos da actividade da família de Maria Fiuza, a proprietária que solicitou a edificação deste chalet, e nem sequer se sabe a data e as condições em que foi cedido para nele funcionar um casino.
O Casino Oceano foi, durante largos anos, um local privilegiado de diversão social dos paradenses, onde se realizaram sessões de cinema, bailes e espectáculos de variedades.

Fig. 11 - Programa de 15.08.1934

Fig. 12 - Programa de Julho de 1934

Fig. 13 - Bilhetes do Oceano Casino (década de 1930 - cortesia de Carlos Caria, membro do grupo de FB "Cinemas do Paraíso")

O Parque Oceano (também conhecido pelos paredenses como "Cinema da Rua") possuía uma área consideravelmente grande, podendo acolher cerca de 700 espectadores, sendo um local bastante popular principalmente no Verão.
Segundo o blogue "Osga 100%", tinha uma plateia, 1º e 2º balcão, casas-de-banho e um bar de apoio. As cadeiras de madeira não eram muito confortáveis e era possível comprar amendoins, tremoços, pevides e batatas fritas à entrada deste cinema, a uma vendedora ambulante, de seu nome Perpétua.
Longe do fulgor de outros tempos, este antigo recinto de cinema ao ar livre, encontra-se votado ao abandono, numa das zonas nobres da vila da Parede. A proprietária do espaço é a Parque Oceano, Lda., uma empresa relacionada com a projecção de filmes e vídeos. O que resta deste cinema é um ecrã (vandalizado) em alvenaria branca, onde se projectavam os filmes e uma parte do muro à sua volta, estando circundado por vegetação. Presume-se que, mais cedo ou mais tarde, seja demolido para dar lugar a mais um edificio de habitação.

Fig. 14  - Parque Oceano (séc. XXI)

Fig. 15  - Parque Oceano (séc. XXI)

Fig. 16  - Parque Oceano (séc. XXI)

Entre 2012 e 2018, um grupo de amigos lançou um projecto para dinamizar este espaço, reutilizando-o para o mesmo fim para que foi criado originalmente: exibir cinema. Este grupo reabilitou o espaço, criando uma tela com materiais de projecção próprios, por forma a criar uma noite regular de cinema ao ar livre na Parede, durante o Verão. Também arranjaram cadeiras e paletes, bem como limonada e pipocas.
Em 2017, os mentores desta iniciativa procuraram, junto das autoridades competentes municipais e outras entidades públicas (Junta de Freguesia da Parede, C.M. Cascais), saber quem eram os actuais donos do espaço, de modo a legitimar a actividade que estavam a desenvolver e a obter condições plenas para a sua expansão. Contudo, as burocracias existentes não permitiram que eles soubessem essa informação. 

Durante essa luta para tentar trazer uma nova vida para o Parque Oceano, como espaço de convivio, partilha e cultura, este grupo chegou a promover um abaixo assinado, que recolheu assinatura de familiares, amigos e entusiasta da 7ª Arte, que fizeram chegar à C.M. Cascais, uma proposta de reabilitação do Arqt.º Miguel Pinto, que nunca viu a luz do dia. Concluindo... depois dos esforços desenvolvidos por este grupo, este cinema voltou a acair no abandono total.

Desde então, esta vila nunca mais teve um espaço dedicado ao cinema.

Fontes:

Fánan, F. (s/d) Vila de Parede. Visita Parede. https://visitaparede.pt/

Jornal "Freguês" (2021). Cinemas de Bairro: tradição perdidahttps://fregues.pt/2021/04/25/cinemas-de-bairro-tradicao-perdida/

Lima, J.P. (2014). Parede: a terra e a sua gente. Edição de Autor. pp.602-603. https://www.facebook.com/photo?fbid=10228683156958150&set=pcb.1037400730718343&locale=pt_PT

Osguinha. (2005) Pedaços da minha Parede em ruínas. Blogue "Osga 100%". https://osga1953.blogspot.com/2005/11/pedaos-da-minha-parede-em-ruinas.html

Página de Facebook  "Parede, Portugal, 2775 PT" (2023)https://www.facebook.com/groups/2775parede/media?locale=pt_PT

Página de Facebook "Carcavelos, Parede, PT" (2023). https://www.facebook.com/groups/154327108093329/search/?q=royal%20cine&locale=pt_PT



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15.10.23

São Jorge - O "Gigante" Municipal

Depois de algumas visitas a antigos cinemas de várias localizações do país, regresso a Lisboa para falar de um "gigante" cinema municipal, que ainda se mantém no ativo, mas com funções diferentes, para gáudios dos amantes do cinema. Estou a falar do magnânimo Cinema São Jorge, localizado na Avenida da Liberdade, n.º 175, em Lisboa.

Tudo começou a 28 de novembro de 1946, quando se formalizou a venda de um prédio situado na Avenida da Liberdade, com o valor matricial de 697,920 escudos. A propriedade foi adquirida pela Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinema por 640 mil escudos. Esta sociedade reunia capitais lusos e britânicos, representando interesses da Rank Organisation.

Anteriormente, neste terreno, esteve erigido o Palacete do Barão de Samora Correia.

Em 1947, foram desenvolvidos os primeiros ante-projectos deste cinema. Um pelo Arquitecto britânico Leonard Allen, que era muito experiente na construção de edificios congéneres no estrangeiro, e outro pelo Arquitecto português Fernando Silva. A 26 de dezembro de 1947, a C.M. Lisboa aprovou o ante-projecto do Arquitecto Fernando Silva, que visava a edificação do futuro Cinema São Jorge. A sua construção ficou a cargo da empresa "Manuel Nunes Tiago - Construções Civis e Industriais, Lda.".

Arquitecto Fernando Silva (1914-1983)


A 24 de fevereiro de 1950, depois de uma sessão pré-inaugural para funcionários e uma gala para grandes figuras do Estado, este cinema abre as suas portas ao público, com o filme "Os Sapatos Vermelhos", da dupla de realizadores Michael Powell e Emeric Pressburger, com Moira Shearer.




Na época era a a maior sala de cinema de Lisboa, com capacidade para acomodar 1858 pessoas, distribuidas da seguinte maneira: 913 espectadores na plateia e 914 distribuídos pelos balcões de luxo, central e superior.



Foi o primeiro cinema a possuir ar-condicionado e sistema de aspiração interna para eliminação de poeiras. Construído com capitais luso-britânicos, no periodo de apenas 1 ano (1949-1950), era dotado de um palco, dois foyers, sala de projecção privada, instalações para gerência e salas de apoio técnico. Possuía igualmente uma excelente acústica e proporcionava aos visitantes um cenário muito belo e confortante. A cidade via neste cinema uma obra superior, pela sua modernidade de linhas e qualidade de materiais, tendo vencido o Valmor - Prémio Municipal de Arquitectura em 1951.














Como atracção suplementar, o escocês Gerald Shaw, organista da Odeon atuava durante os intervalos dos filmes tocando música num órgão eléctrico, também ele uma obra de arte, que se elevava do palco, surpreendendo os espectadores. Antes de Lisboa, ele fora enviado a Cairo para tocar o Compton do recé-inaugurado cinema Rivoli. À data da sua morte em 1974, ele era o último organista de cinema, activo no Reino Unido.

Gerald Shaw 

Foi nesta sala, em 1965, que estreou um dos filmes mais famosos dos Beatles "A Hard Day's Night". Em Portugal recebeu o estranho título "Os 4 Cabeleiras do Após Calypso"


Os fabulosos Beatles traziam a "Beatlemania" a Portugal, através do cinema. O cartaz, como era apánagio da época, tinha frases de divulgação peculiares como: "Cabeludos!", "Desgrenhados!", mas "Com um ritmo dos diabos". Terminava com um conselho sensato: "Adquira já os seus bilhetes para qualquer dos espectáculos das próximas semanas... assim evitará dissabores!".

Em 1972, a Lusomundo tenta, sem sucesso, comprar este cinema, sendo a primeira de muitas tentativas falhadas. Em 17 de junho de 1974, a Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas, pediu autorização à C.M. Lisboa para efectuar obras, por forma a transformar a única e enorme sala num complexo de três cinemas. Contudo, o projecto não foi deferido pela edilidade. Em 1980, a mesma sociedade volta a reiterar o pedido, desta vez com sucesso. O projecto de remodelação foi da autoria do Engenheiro Artur Pinto Martins, tendo sido aprovado pelo Conselho Técnico da Direcção-Geral de Espectáculos.

Após a Revolução do 25 de abril, estreou neste cinema a 8 de agosto, o filme sensação "O Último Tango em Paris" de Bernardo Bertolucci, com Marlon Brando e Maria Schneider. Este filme, datado de 1972, só pode ser exibido após a queda da ditadura do Estado Novo em 1974. A sua estreia com lotação esgotada, originou filas durante dois meses e o filme ficou meio ano em cartaz. Esta tinha sido uma obra proibida pelo Estado Novo, por ser simbolizar a libertação, entre a moral e o sexo. O povo ficou escandalizado com a relação amorosa vivida no filme, entre um homem de meia idade (Marlon Brando) e uma jovem (Maria Schneider), com direito a muitas cenas de sexo (quem não se lembra da célebre cena da manteiga?). O filme foi tão polémico que, na época, o matutino "Diário Popular" colocou oito jornalistas a escrever sobre o filme.

Anúncio no Diário de Lisboa, de 08.08.1974






Este cinema encerrou para obras profundas em junho de 1981. Nasceu assim, três novas salas: a antiga plateia transformou-se em duas salas, a Sala 2 com 250 lugares e a Sala 3, com 181 lugares. No antigo balcão, nasceu a Sala 1 (a actual Sala Manoel de Oliveira), que continua a ser a maior sala de Lisboa, com 848 lugares.

As obras de remodelação, que representaram um investimento de 27,500 contos, concluíram-se em setembro de 1981. O cinema reabriu as portas a 25 de setembro, com a estreia do filme "007: Missão Ultra-Secreta", na sala 1, e que contou com a presença do actor britânico Roger Moore (na época, desempenhando o papel de James Bond).

Anúncio do Diário de Lisboa de 24.09.1981





Em julho de 1985, a Rank Organisation abandonou 75% do capital deste cinema e vendeu a sua quota à empresa americana Cinema International Corporation (CIC). O capital português foi adquirido por Simão Fernandes.

Em dezembro de 1990, a CIC solicitou autorização à C.M. Lisboa para uma nova alteração do cinema. O projecto provinha do gabinete do Arquitecto Manuel Guilherme Pardal Monteiro Magalhães, e propunha a manutenção da fachada do edificio e a demolição total do seu interior. O bjectivo era transformar este edificio num espaço multifuncional, dotado de pequenos cinemas (ou auditórios), escritórios, áreas comerciais e estacionamento (à semelhança do que se passou com a segunda reincarnação do Edificio Monumental, em 1993). Contudo, este projecto é chumbado pelo IPPC - Instituto Português do Património Cultural, depois de uma primeira rejeição devido a informação deficiente.


Em 2000, foi celebrado o contrato de promessa de compra e venda entre a CIC e a Euroamer. O Estado, que detinha a preferência na compra deste cinema, prevista na Lei do Património Cultural, indicia que não pretende exercer esse direito. A Euroamer comunica ao IPPAR - Instituto Português do Património Arquitectónico, que vai ceder à Velvet os seus direitos no negócio relativo a este cinema. Em Novembro deste ano, este cinema fecha as portas e João Soares, então presidente da C.M. Lisboa, anuncia a intenção de adquirir o imóvel, procurando parceiro para tal efeito.

Em janeiro de 2001, o Presidente da C.M. Lisboa anunciou que a edilidade iria exercer o direito de preferência sobre o cinema, mesmo sem a parceria do Estado, querendo, assim, devolver este cinema o estatuto de grande sala de espectáculos e de pólo dinamizador da Avenida da Liberdade. A compra foi efectuada por um milhão de contos. Em Novembro do mesmo ano, após intervenções na fachada e no seu interior, o cinema São Jorge reabre ao público, com o objectivo de acolher alguns dos principais festivais de cinema: Indie Lisboa, Festa do Cinema Francês, Doc Lisboa, Mostra do Cinema Brasileiros, MotelLX, entre outros.

Em 2003, a "EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural" passou a gerir este espaço, que depois de um periodo de encerramento, para obras de beneficiação, voltou a reabrir ao público em Maio de 2006.

Em 28 de Abril de 2011, a sala 1 foi rebaptizada "Sala Manoel de Oliveira" e a cerimónia contou com a presença do realizador. Em Janeiro de 2020, esta sala sofreu obras estruturais, destinadas á substituição integral do sistema de som, actualmente renovado e adaptado ás exigências do cinema digital.







Actualmente, este espaço dedica-se a festivais de cinema e música, ante-estreias, etc.


Fontes:

https://www.cinemasaojorge.pt/

https://www.fotold.com

https://restosdecoleccao.blogspot.com/2016/07/cinema-sao-jorge.html

https://vamos-ao-nimas.blogspot.com/2022/07/sao-jorge-72-anos-de-cinema-23022011.html

https://www.facebook.com/SaoJorgeCinema/photos/10158968858436252

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/camara-de-lisboa-compra-cinema-sao-jorge/

https://artesonora.pt/breves/maquina-do-tempo-the-beatles-no-cinema-sao-jorge/

https://apaladewalsh.com/2015/07/retrato-de-projeccao-5-o-cinema-sao-jorge/

https://media.rtp.pt/memoriasdarevolucao/acontecimento/a-revolucao-esta-a-ser-televisionada/

https://observador.pt/2020/02/19/70-anos-do-sao-jorge-em-nove-filmes-e-uma-peca-que-contam-as-historias-do-cinema/

https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=2750746&Mode=M&Linha=1&Coluna=1

https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=2331059&Mode=M&Linha=1&Coluna=1

https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=4001144&Mode=M&Linha=1&Coluna=1

https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=4002393&Mode=M&Linha=1&Coluna=1

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https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=1586543&Mode=M&Linha=1&Coluna=1