Monumental- O "Gigante" dos anos 50

O Monumental e o seu nome diz tudo: grandeza, imensidão, colossal...um enorme ponto de referência de Lisboa, mais concretamente na Praça do Saldanha, onde existiu durante largos anos.

Cinema Império - Outro "Gigante" Lisboeta

Em Maio de 1952, seria inaugurado o Cinema Império, localizado na Alameda D. Afonso Henriques, que contou com as presenças de diversas individualidades importantes da altura.

EDEN - O "GIGANTE" dos Restauradores

O novo Éden Teatro foi inaugurado em 1937 com a apresentação da peça "Bocage", interpretada pelo actor Estevão Amarante, numa cerimónia memóravel presidida pelo Chefe de Estado, o Marechal Carmona.

Cinema Vale Formoso: Para quando a sua reabilitação?

Entre as décadas de 1950 e 1970, este cinema (a par de outros como o Júlio Dinis, Terço, Passos Manuel, etc.) foi considerado como uma das salas de referência da cidade do Porto, tendo sido explorado pela Lusomundo.

Águia De Ouro - Clássico do Porto

Em 1930 viria a inaugurar-se o cinema sonoro com o filme All That Jazz com Al Jolson. O Águia d'Ouro seria então considerada uma das melhores salas do Porto.

6.10.09

Paris: crónica de uma morte anunciada...

Como descrever a triste situação de que padece o antigo (e belo) Cinema Paris em Lisboa? É isso mesmo...uma situação triste, confrangedora e de bradar aos céus. Um outrora edifício que embelezava a zona do Jardim da Estrela, agora não passa de um mastodonte a cair aos pedaços que ninguém quer saber...

O percurso histórico deste cinema inicia-se em 1915, quando abriu as portas ao público que habitava na zona de Campo de Ourique. Este edifício localizava-se na Rua Ferreira Borges e tinha a designação de Cine Paris. Era uma sala modesta, sem grandes comodidades, pouco mais que um barracão, mas era o único que distraia a população daquela zona.
Em 1917, uma nova empresa gerida por Vítor da Cunha Rosa (empresário cinematográfico deveras conhecido na época), adquiriu este espaço e introduziu-lhe modificações profundas tanto no interior, como também no alindamento do ambiente e na comodidade que seria oferecida ao público.
Para além das alterações na plateia, onde a geral  foi reduzida para metade de modo a atribuir mais espaço para as fauteuils e cadeiras. Com estas alterações o balcão sobressaia, dando um novo ar ao espaço pintado de branco e ouro.

No entanto em 1929, uma medida introduzida pela Inspecção Geral dos Espectáculo relativamente à segurança exigida nas casas de espectáculos encetou uma vistoria a este cinema, tendo se concluído que o mesmo precisava de ser imediatamente encerrado devido à sua construção ter sido feita com materiais combustíveis.
Com o encerramento do Cine Paris, a empresa que o geria apresentou um projecto com as modificações que pretendia introduzir no edifício provisoriamente, enquanto não era construído um novo salão noutro local. As modificações consistiam no revestimento dos madeiramentos existentes por ferro ou amianto, para além do alargamento de escadas e coxias. Este projecto acabou por ser aprovado e o cinema acabou por ser ampliado, passando a ter uma lotação distribuída por 6 camarotes de 4 entradas, 2 de cinco lugares, 102 nos balcões, 37 fauteuils, 281 cadeiras e 119 gerais.
Em 1930 é constituída a empresa Sociedade Geral de Cinemas, Lda., gerida por Vítor da Cunha Rosa e o seu filho, Jayme da Cunha Rosa, que leva a cabo a construção de uma nova casa de espectáculos na Rua Domingos Sequeira, nº 30, que teria a sua designação mais conhecida: Paris Cinema.



O autor desta pequena beleza arquitectónica foi o Arqt.º Victor Manuel Carvalho Piloto, que criou uma sala de cinema de bairro que estava apetrechada com todas as comodidades, de modo a conseguir atrair público. O balcão possuía termómetro, os camarotes estavam providos de mesas para serviços de chá e existiam alguns lugares isolados, de modo a evitar que os espectadores fossem incomodados.
O edifício fixou-se numa superfície simples, de tratamento decorativo Art Deco, com uma suave e curvilínea saliência superior e a tradicional pala de abrigo, térrea, em betão. Contudo, era de noite que o seu famoso lettering luminoso fazia realçar a sua arquitectura simples, mas muito elegante. A sala tinha 885 lugares divididos entre plateia, balcão e camarotes.
Em 1931, enquanto o Cine Paris era encerrado, este novo cinema instalava a aparelhagem sonora da marca R.C.A. Photophone. Alguns anos depois, esta seria substituída por outra da marca Zeiss-Ikon.











No entanto, esta sala acabou por encerrar portas em 1981, com o filme "Esquadrão Antidroga", e desde então tem vivido uma degradação total, conforme se pode constatar nas imagens seguintes.













Actualmente, este edificio encontra-se em processo de demolição, por forma a dar lugar a um novo empreendimento imobiliário. Os serviços encontravam-se, em 2018, a apreciar o projecto de construção de um novo edificio, sendo que, de acordo com as palavras de Manuel Salgado (vereador do Urbanismo da CM Lisboa), o destino do antigo passa mesmo pela demolição, visto que o seu valor arquitectónico é quase nulo.

Fontes: 
ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa – Um fenómeno urbano do século XX, Lisboa, Editorial Bizâncio, 2012
Fernandes, J.M (1995) Cinemas de Portugal. Edições Inapa
RIBEIRO, M. Félix, Os mais antigos cinemas de Lisboa, 1896-1939, Lisboa, Instituto Português de Cinema/Cinemateca Nacional, 1978
https://restosdecoleccao.blogspot.com/2015/01/paris-cinema.html
http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2009/11/paris-1931-1980.html
http://fim-de-semana-alucinante.blogspot.com/2010_07_01_archive.html
http://lisboasos.blogspot.com/2008/07/blog-post_5205.html
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/x-arqweb/(S(5hlkodrbth0ra3aanemcfl45))/SearchResultOnline.aspx?search=_OB%3a%2b_QT%3aTI__Q%3aCINEMA+PARIS_EQ%3aF_D%3aF___&type=PCD&mode=0&page=0&res=0&set=%3bAF%3b
https://ocorvo.pt/e-oficial-antigo-cinema-paris-vai-mesmo-ser-demolido-e-dar-lugar-a-novo-edificio/
https://www.facebook.com/pages/F%C3%B3rum-Fazer-A-Pol%C3%ADtica/489391711108880