Monumental- O "Gigante" dos anos 50

O Monumental e o seu nome diz tudo: grandeza, imensidão, colossal...um enorme ponto de referência de Lisboa, mais concretamente na Praça do Saldanha, onde existiu durante largos anos.

Cinema Império - Outro "Gigante" Lisboeta

Em Maio de 1952, seria inaugurado o Cinema Império, localizado na Alameda D. Afonso Henriques, que contou com as presenças de diversas individualidades importantes da altura.

EDEN - O "GIGANTE" dos Restauradores

O novo Éden Teatro foi inaugurado em 1937 com a apresentação da peça "Bocage", interpretada pelo actor Estevão Amarante, numa cerimónia memóravel presidida pelo Chefe de Estado, o Marechal Carmona.

Cinema Vale Formoso: Para quando a sua reabilitação?

Entre as décadas de 1950 e 1970, este cinema (a par de outros como o Júlio Dinis, Terço, Passos Manuel, etc.) foi considerado como uma das salas de referência da cidade do Porto, tendo sido explorado pela Lusomundo.

Águia De Ouro - Clássico do Porto

Em 1930 viria a inaugurar-se o cinema sonoro com o filme All That Jazz com Al Jolson. O Águia d'Ouro seria então considerada uma das melhores salas do Porto.

31.12.21

Podcast "Cinemas do Paraíso" - Episódio 5: Os Salteadores da Arca Perdida (1981)

Oiçam o quinto episódio dedicado ao grande sucesso de bilheteira de "Os Salteadores da Arca Perdida" entre os portugueses, disponivel no Anchor FM e Spotify.

Espero que seja do vosso agrado!!

https://anchor.fm/cristina-tom/episodes/Episdio-5---Os-Salteadores-da-Arca-Perdida-e1cc4qm

https://open.spotify.com/episode/6pBi53euXSJM9iLf5KIrA0



30.12.21

Cinema Restelo - O cinema da zona residencial de Belém

Continuando por Lisboa, a paragem faz-se em Belém, onde outrora existiram dois cinemas: o Belém Cinema (http://cinemasparaiso.blogspot.com/2015/09/belem-cinema-uma-zona-ligada-ao-cinema.html) e o Cinema Restelo.


O Cinema Restelo localizava-se na Avenida Torre de Belém, entre a zona de Pedrouços e o Bairro Residencial da Encosta da Ajuda. A sua construção teve como ponto de partida o plano urbanistico da Encosta da Ajuda de 1938, da autoria de Faria da Costa, concebido a pretexto da Magna Exposição do Mundo Português, que se iria realizar em 1940.

Este plano pretendia abarcar um conjunto de serviços e zonas, que o tornassem quase autónomo. Entre estas zonas, estava a proposta de construção de um centro cultural, destacando-se com este equipamento dos restantes bairros até à data construídos. Contudo, tal como fora o caso deste e de muitos outros equipamentos que tomaram forma apenas no imaginário de quem os pretendia construir, não foi realizado.

Assim, no local onde seria construído o centro cultural, foi edificado o Cinema Restelo, que abriu as suas portas, em plena época do Carnaval, no dia 26 de fevereiro de 1954, colmatando o vazio deixado pela extinção do Belém Cinema. O filme inaugural foi "O Capote".

Anúncio do filme inaugural

Carlos João Chambers Ramos e Carlos Manuel Ventura de Oliveira Ramos foram os arquitectos responsáveis pelo projecto, encomendado pela Sociedade Cinema Restelo, Lda., e que foi pensado e projectado para satisfazer as necessidades de quem residia neste bairro. Foi traçado segundo linhas simples e modernas que respeitava os alinhamentos do bairro, adequando-se ao local de sua implantação. Isso era perceptível na concepção do edificio, particularmente no traçado  da sua vasta plateia com 844 lugares, que se dividia em dois sectores através de um ligeiro desnível, e do seu pequeno balcão desenhado para 416 espectadores. A 2ª plateia ficava mais próxima do ecrã, possuía cadeiras de pau e os bilhetes eram mais baratos. A 1ª plateia situava-se num nível mais elevado e possuía cadeiras estofadas e bilhetes mais caros. Contudo, os bilhetes mais caros eram do balcão, especialmente as primeiras três filas que eram as mais espaçosas.





Embora tenha sido construído com o intuito de ser frequentado por todos os habitantes da zona, e porque na altura os indicadores sobre as necessidades da população eram intuitivas, a divisão por sectores do espaço interior do cinema não era igualitária, à semelhança do que acontecera com o Cinearte, construído segundo três categorias de lugares na sala, justificando-se que todas as classes sociais do bairro estariam contempladas no seu traçado. Contudo, rapidamente se verificou que este principio estava errado, visto que este cinema seria frequentado pelas classes mais pobres económicamente, em detrimento das classes mais abastadas, que preferiam procurar divertimento fora do bairro.

A imprensa da época elogiou este edificio, sublinhando a sua sobriedade, o seu fácil acesso e perfeito enquadramento no bairro. Também exaltou os amplos foyers e o mural alegórico que acompanhava a escada de acesso ao balcão. Mais tarde, a sala seria identificada pelo seu surpreendente candeeiro de vidrinho que, suspenso do tecto, iluminava o recinto, reflectindo a luz em variados desenhos e cores, entretendo assim o público durante os intervalos das sessões de cinema.


Anúncio de 27.02.1954 do Diário de Lisboa

No final da década de 1950, este cinema era frequentado pela população jovem do bairro, uma faixa etária que ia dos 6 aos 20 anos e que preenchia, com gosto, as matinés infantis como também as noites de sábado, para além dos adultos. A população jovem ia para a plateia (a "geral"), enquanto que os adolescentes ocupavam as filas de trás. 




De acordo com algumas memórias de frequentadores, este cinema exibia ás 3ª, 4ª e 5ª feiras filmes diferentes dos do fim-de-semana. Geralmente, os filmes que estreavam no Cinema São Jorge acabavam por ser exibidos neste cinema. 

Era um cinema de reprise, que possuía um lettering que anunciava a exibição de filmes e suas estreias. Na década de 1970, sofreu obras de remodelação que reduziu a sua lotação para 1052 lugares. Acabou por encerrar em 1989.

Actualmente, no seu lugar encontra-se um moderno edificio que alberga um supermercado "Pingo Doce", uma filial da Padaria Portuguesa e a Entidade Reguladora de Serviços Energéticos.


Fontes: 

ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa – Um fenómeno urbano do século XX, Lisboa, Editorial Bizâncio, 2012

- ABECASSIS, Helena e GUERREIRO, Miguel. Pares e Ímpares - Memórias de um Bairro (1953-2013). Lisboa, Sitio do Livro, Lda., 2013

- FERREIRA, Matilde Ferraz Leal César. O Imaginário e a Imagem da Avenida da Liberdade. Lisboa, FAUL, 2015

https://restosdecoleccao.blogspot.com/2016/05/cinema-restelo.html

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