A arquitectura dos cinemas portugueses ganhou um segundo fôlego na década de 50 com o aparecimento de grandiosas salas que, devido às novas possibilidades técnicas, ao "Cinemascope" e aos ecrãns gigantes, exigiam um espaço enorme. Foi nesta década que começaram a surgir salas que podiam atingir os 2000 lugares!
Os novos cinemas deixaram de ser fachadas ou esquinas em ruas para ocuparem quarteirões inteiros, sendo considerados como autênticos monumentos urbanos, pontos de referência dentro da cidade.
Um desses cinemas e aquele que se tornou na referência maior do espaço-cinema em Portugal foi o Cinema-Teatro Monumental e o seu nome diz tudo: grandeza, imensidão, colossal... um enorme ponto de referência de Lisboa, mais concretamente na Praça Duque de Saldanha, onde existiu durante largos anos.
Foi cinema e teatro, inaugurado a 14 de Novembro de 1951 e teve como obreiro o Arqt.º Raul Rodrigues Lima (responsável pelo Cinema Cinearte, inaugurado em 1940), que iniciou este sofisticado e complexo projecto em 1944, devido às exigências cinematográficas que se adivinhavam e que glorificariam este cinema como espaço de imagens gigantes, sons estereofónicos e efeitos que faziam estremecer e sonhar. Este edificio foi construído no local do antigo Colégio Normal de Lisboa.
Espaço do futuro Cinema-Teatro Monumental
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Arqt.º Raul Rodrigues Lima (1909-1980) |
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Alçado principal sobre a Praça Duque de Saldanha
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Alçado sobre a Avenida Fontes Pereira de Melo |
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Alçado sobre a Avenida Praia da Vitória |
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Alçado Municipal sobre a Praça Duque de Saldanha |
O edificio era marcado por gigantescas estátuas no seu exterior e o átrio era amplo, um local de passagem e encontro para muita gente, tal como o café-restaurante. Os lustres e mármores aglomeravam-se na decoração do interior da sala e das galerias. A sala de cinema era composta por 2710 lugares e a de teatro era composta por 1182 lugares.
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Planta da disposição das salas de cinema e teatro |
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Planta e preçário do Cinema-teatro Monumental |
Este cinema-teatro pertencia à "Sociedade Administradora de Cinemas, Lda", cujo dono era o Major Horácio Pimentel. Alguns jornais da época classificaram este espaço como "um luxuoso edificio que, desde as linhas arquitectónicas do exterior à luxuosa comodidade dos seus interiores, oferece o tom moderno e de bom gosto da casa de espectáculos digna de figurar entre as melhores da Europa".
A sala de cinema do Monumental manteve-se sob a gestão do Major Horácio Pimentel, proprietário de todo o edifício e um dos donos da distribuidora cinematográfica Espetáculos Rivus. Esta sala ficou assim associada à distribuição de grandes produções cinematográficas, consolidando o Monumental como um importante polo cultural em Lisboa. O Teatro Monumental foi arrendado pelo empresário Vasco Morgado, marido da actriz Laura Alves, com o objetivo de apresentar uma variada programação de espectáculos, incluindo teatro declamado, operetas, revistas e atrações musicais, muitas vezes com a participação de artistas internacionais. Foi neste espaço que Laura Alves viveu os momentos mais marcantes da sua carreira teatral, alcançando os seus maiores sucessos (António, 2021).
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Major Horácio Pimentel |
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Filme inaugural do Cinema-Teatro Monumental |
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Peça de teatro inaugural do Cinema-Teatro Monumental |
A entrada principal deste edifício, e que abrangia as salas de cinema e de teatro, fazia-se pelo grande vestíbulo principal semi-exterior que, comunicando directamente com a Praça Duque de Saldanha, através de uma arcaria de volta perfeita, funcionava quase como um prolongamento desta.
Segundo Lauro António (2021), este edificio era revestido de pedra e ornamentado com uma enorme coluna encimada por uma esfera armilar, representativa do Estado Novo, numa das suas esquinas, bem como por estátuas em cada um dos lados da frontaria.
A entrada do público fazia-se pelas sete portas, em forma de arco, viradas para a Praça Duque de Saldanha, que davam acesso directo ao átrio principal, onde se situavam as bilheteiras, como também aos vestíbulos que antecediam as salas. Os artistas e trabalhadores entravam por uma porta virada para a Avenida Praia da Vitória.
A sala de cinema, paralela à Avenida Fontes Pereira de Melo, possuía grandes dimensões permitidas pelo grande ecrã existente e pelos altifalantes, que permitiam regular o som de acordo com a dimensão da sala.
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Ecrã da sala de cinema |
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Balcões da sala de cinema |
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Balcões da sala de cinema |
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Plateia e balcões da sala de cinema |
A sala de teatro, paralela à Avenida Praia de Vitória, possuía dimensões mais reduzidas, de modo a aproximar os espectadores do palco.
Para rentabilizar melhor o espaço interno, o arquitecto introduziu três balcões que se prolongavam lateralmente até ao palco e ainda dois camarotes “avant-scène” ricamente decorados.
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Teatro Monumental - Década de 1960 |
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Teatro Monumental - Década de 1960 |
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Palco da sala de teatro |
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Plateia da sala de teatro |
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Balcões da sala de teatro |
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Sala de teatro |
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Enquadramento do Cinema-Teatro Monumental na Praça Duque de Saldanha |
Logo a seguir ao vestíbulo de entrada, existia um gigantesco foyer, muito hollywoodesco, com mármore, dourados e lustres. Desenvolvia-se por dois pisos. No piso térreo, o acesso às salas fazia-se através de quatro portas, que davam acesso directo às plateias do cinema e do teatro.
Lauro António (2021) recorda que o interior deste cinema, primava por uma decoração luxuosa e de estilo quase "versailliano" concebida por José Espinho, destacando-se pelos lustres imponentes, sofás elegantes, amplas escadarias, mármores de qualidade e detalhes dourados. Os foyers e salões transformaram-se num ponto de encontro para a burguesia lisboeta, que valorizava não só o ambiente requintado, mas também a localização privilegiada nas avenidas novas de Lisboa. Cada andar contava com um salão de acesso exclusivo para os portadores de bilhete, oferecendo uma experiência diferenciada para os que frequentavam o cinema e o teatro.No último piso, encontrava-se a administração, que tinha à sua disposição uma sala de projeção privada. A sala de cinema era enriquecida por dois grandes painéis, criados pela prestigiada pintora Maria Keil, que ladeavam o imenso ecrã. No exterior, as estátuas e as figuras que decoravam alguns andares foram obra do talentoso escultor Euclides Vaz. Para assegurar a qualidade acústica e isolamento sonoro das duas grandes salas, Manuel Bívar foi o responsável pelos sofisticados sistemas de insonorização.
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Entradas para o cinema e teatro, ao fundo a bilheteira do teatro |
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Foyer do piso térreo |
Foyer do piso térreo
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Foyer do 1º Piso |
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Foyer do 1º Piso |
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Foyer do 1º Piso |
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Salão de chá do 1º piso |
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Salão de chá do 1º piso |
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Entradas para o 2º Balcão da sala de cinema e de teatro e camarotes de teatro |
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Entradas para o 2º Balcão da sala de cinema e de teatro e camarotes de teatro
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Sala de estar e entradas para o 2º Balcão da sala de cinema e de teatro
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Sala de estar e entradas para o 2º Balcão da sala de cinema e de teatro |
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Cabine de projecção |
Adivinhando futuras necessidades, a sala de cinema viria a acolher todas as novidades, a nível de ecrãs de cinema, como o ecrã gigantesco Cinemascope.
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Estreia do filme "A Queda do Império Romano" - 15.09.1964
Cinema Monumental - Década de 1960 |
Lauro António (2021) relembra um episódio interessante envolvendo o Major Horácio Pimentel, que conheceu durante uma das sessões de cinema. Na época, ele já era crítico no Diário de Lisboa e tinha recentemente escrito sobre o filme Soldado Azul (1970), de Ralph Nelson, exibido no Cinema Berna. Este western, que utilizava a temática dos índios como uma metáfora para a guerra no Vietname, despertou a atenção dos censores devido ao seu subtexto político.
O Major Pimentel contou-lhe uma história sobre outro western, O Pequeno Grande Homem (1970), de Arthur Penn, que se preparava para estrear pouco tempo depois. Contudo, o filme foi inicialmente proibido pela censura. Surpreso com a decisão, Pimentel questionou os censores, argumentando que se tratava apenas de um western. A resposta que recebeu foi surpreendente: “Sim, é um western, mas depois vem o Lauro António, no Diário de Lisboa, dizer que tem a ver com o Vietname e complica tudo.” Após uma longa conversa e alguns cortes estratégicos, o filme acabou por ser aprovado para exibição, e Lauro António teve a oportunidade de escrever sobre ele, tal como havia feito com Soldado Azul. Este episódio ilustra as tensões da época em torno da censura cinematográfica e a influência que a crítica podia ter no debate público sobre os filmes e os seus significados mais profundos.
Antigamente, era recorrente haver atrasos de meses e até mesmo anos na estreia dos filmes em Portugal, comparativamente com os EUA. Exemplos como: West Side Story (1961), que só estreou em Portugal em 1963; Doutor Jivago (1965), que só estreou em 1966, entre muitos outros.
No entanto, houve casos raros de filmes que estrearam em Portugal, no mesmo ano em que estrearam nos EUA, como: My Fair Lady (1964), estreado em Outubro nos EUA e em Dezembro em Portugal, como também A Guerra das Estrelas (1977), estreado nos EUA em Maio e em Portugal em Dezembro. Ambos os filmes estrearam neste cinema.
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Anúncio publicitário do filme "My Fair Lady" - 04.12.1964 |
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Anúncio publicitário do filme "A Guerra das Estrelas" - 16.12.1977 |
Lauro António (2021) recorda com carinho a sua colaboração com o Cinema Monumental nos anos 1960, durante um período em que trabalhou ao lado de Artur Ramos, responsável pela organização das populares "Quinzenas do Bom Cinema". Este projecto oferecia sessões clássicas às segundas, quartas e sextas-feiras, com filmes exibidos ao final da tarde. Enquanto Artur Ramos liderava o projeto, Lauro António era o responsável por organizar os ciclos quinzenais, seleccionar os filmes junto das distribuidoras e escrever os programas, tudo sob a supervisão de Ramos, que lhe dava grande liberdade para implementar as suas ideias. Esta parceria resultou numa época memorável, marcada por um público numeroso e muito interessado.
Mais tarde, o já mencionado salão de chá transformou-se numa pequena sala-estúdio, designada Satélite. Em 25 de fevereiro de 1971, esta nova sala foi inaugurada no último piso. Com 208 lugares, esta sala menor tinha como objectivo atrair um público mais exigente, oferecendo filmes de autor, numa linha semelhante à sala "Estúdio" do Cinema Império.
O projecto foi assinado pelo Arqt.º Raul Rodrigues Lima, em colaboração com os engenheiros Ângelo Ramalheira, Barroso Ramos e Bustorff Silva. O filme de estreia foi Les choses de la vie, de Claude Sautet, com Romy Schneider e Michel Piccoli nos principais papeis. Este filme foi um enorme sucesso de bilheteira nesta sala, cuja receita reverteu a favor da Cruz Vermelha Portuguesa.
Além do cinema e do teatro, o Café-Restaurante Monumental, situado ao lado das salas de espetáculos e integrado no mesmo edifício, era outro ponto de encontro popular. Após as sessões, era comum ver os atores a jantar ali, e muitos espectadores, especialmente os mais jovens, ficavam por perto para "espreitar" as figuras do teatro, como Laura Alves, Paulo Renato, entre outros. Com o tempo, o espaço também se tornou um local onde muitos profissionais, incluindo o próprio Lauro António, agendavam entrevistas e encontros. Essas memórias refletem a vivacidade e o encanto de outros tempos e hábitos culturais (António, 2021).
O exterior do Monumental era de pedra, com colunas, estátuas decorativas e esferas armilares de ferro que estão actualmente junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Belém. Na lateral da Avenida Fontes Pereira de Melo, albergou o famoso café restaurante “Monumental”.
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Fachada do Cinema-Teatro Monumental - 1962 |
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Fachada do Cinema-Teatro Monumental - Década de 1970 |
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Fachada do Cinema-Teatro Monumental - Década de 1970 |
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Fachada do Cinema-Teatro Monumental - Década de 1970 |
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Café Restaurante Monumental |
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Cinema -Teatro Monumental - Década de 1980 |
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Cinema - Teatro Monumental - Década de 1980 |
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Cinema -Teatro Monumental - Década de 1980 (cortesia de José Varregoso) |
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Cinema -Teatro Monumental - Década de 1980 (cortesia de José Varregoso) |
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Cinema -Teatro Monumental - Década de 1980 (cortesia de José Varregoso) |
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Cinema -Teatro Monumental - Década de 1980 (cortesia de José Varregoso) |
Muitos dos grandes nomes dos primórdios da música rock portuguesa passaram pelo este palco, tendo ficado na memória de muitas pessoas uma noite, a meio da década de 1960, em que os Gatos Negros, a maior banda rock portuguesa na altura, chegaram ao ponto de encherem a Praça do Saldanha, numa altura em que qualquer ajuntamento com mais de cinco pessoas era estritamente proibido.
Enquanto uma multidão se juntava na praça, lá dentro milhares de fãs esgotavam por completo o recinto, e Victor Gomes todo vestido de cabedal preto, corria pelo palco de microfone em riste, dando os seus famosos saltos à Tarzan levando ao delírio o público. Outros tempos...
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Espectáculo musical "Grande Concurso Ié Ié" no Cinema - Teatro Monumental - 1966 |
Neste cinema foram exibidos grandes produções como 20 000 Léguas Submarinas, West Side Story, A Bela Adormecida, Ben-Hur, 2001- Odisseia no Espaço, entre outros, numa caminhada anunciada para o seu término que ocorreu em 1983, devido à falta de público que justificasse os custos de manutenção.
Contudo, de nada valeu o seu esforço, pois não estava em questão salvar um espaço, mas sim de arranjar uma justificação para vender e rentabilizar o espaço ocupado pelo Monumental. O cinema encerrou portas em Março de 1983, com o filme O Vale Perdido.
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Fachada do Cinema-Teatro Monumental - Década de 1980 |
Numa manhã de 1984, os lisboetas acordaram com a noticia que não estavam à espera de ouvir que abordava a demolição do Monumental. As pessoas começaram a acorrer ao local em número cada vez maior e a contestação foi enorme. Ficava claro que a C.M. Lisboa era impotente para travar o poder crescente dos empreiteiros da construção civil sobre os imóveis pertencentes a particulares.
A queda do Monumental foi o ponto de partida para a demolição de outros grandes cinemas. Salvaram-se os que foram classificados à pressa como património nacional, ou foram convertidos em teatros ou igrejas. A demolição do Monumental traumatizou durante anos os lisboetas, assinalando assim o fim de uma era.
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Demolição do Cinema-Teatro Monumental - 1984 |
Demolição interna do Cinema-Teatro Monumental (retirado do Blogue "Citizen Grave)
Demolição interna do Cinema-Teatro Monumental (retirado do Blogue "Citizen Grave)
Demolição interna do Cinema-Teatro Monumental (retirado do Blogue "Citizen Grave)
Demolição interna do Cinema-Teatro Monumental (retirado do Blogue "Citizen Grave)
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Demolição do Cinema-Teatro Monumental - 1984
Demolição do Cinema-Teatro Monumental (retirado do Blogue "Citizen Grave)
Demolição do Cinema-Teatro Monumental (retirado do Blogue "Citizen Grave)
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Local do antigo Cinema Teatro Monumental - 1989 |
No mesmo local, ergueu-se em 1993 um moderno edifício, também chamado Monumental, com escritórios, lojas e quatro salas de cinema, a maior das quais com 378 lugares...um monumento aquém do esplendor que o anterior representava para a cidade de Lisboa.
Actualmente, é um edificio de escritórios ocupado na sua quase totalidade pelo BPI.
Fontes: Fernandes, José Manuel (1995) Cinemas de Portugal. Edições Inapa.
António, Lauro (2021). O Velho Cine-Teatro Monumental. Em A Mensagem. https://amensagem.pt/2021/05/17/o-velho-cine-teatro-monumental-cronica-lauro-antonio/
https://citizengrave.blogspot.com/2012/06/cinemas-onde-vi-filmes-o-monumental.html
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/saldanha/
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/peca-de-teatro-transmitida-em-direto/
https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=2331035&Mode=M&Linha=1&Coluna=1
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https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=3995970&Mode=M&Linha=1&Coluna=1
https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=3996016&Mode=M&Linha=1&Coluna=1
https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=2330351&Mode=M&Linha=1&Coluna=1
https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=3995970&Mode=M&Linha=1&Coluna=1