16.10.12

Municipal: um cinema num espaço de diversões

Lembram-se desse local de culto chamado Feira Popular? Um enorme espaço de diversão bem no centro de Lisboa e que deixou um enorme vazio na vida de muitos portugueses...incluindo eu, que passei lá belos momentos de infância. Quem não se lembra da montanha-russa, da roda gigante, da bailarina ou da lagarta (uma mini montanha-russa)? Quem não apanhou valentes sustos na casa fantasma? E as Motas da Morte, esse show de exibicionismo em duas rodas? Pois bem...provavelmente muitos não se lembrarão do cinema que lá estava instalado e que, anos mais tarde, passou a ser um teatro.

A história do primeiro Cinema Municipal inicia-se em 1951, ano em que foi inaugurado na antiga Feira Popular de Lisboa que se localizava no Parque da Palhavã junto à Praça de Espanha.

Esta feira foi inaugurada em 1943 e seria transferida para a zona de Entrecampos em 1961, o que levou a que o edificio do cinema fosse demolido.




Os lisboetas acorreram em massa à inauguração desta feira e mesmo antes da sua existência, o Parque da Palhavã já tinha acolhido o primeiro recinto do Jardim Zoológico entre 1884 e 1905. Desde 1960 que este parque acolhe a Fundação Calouste Gulbenkian, sendo um local imensamente visitado por turistas e estudantes.

A nova Feira Popular de Lisboa (a que ficou imortalizada na nossa memória) foi inaugurada em 1961 em Entrecampos (no antigo recinto do Mercado Geral de Gados), e também teve direito a um cinema e com o mesmo nome do seu antecessor. O cinema, como também a feira, era amplo e moderno, mas só teve uma década aberto.






Em 1972, o cinema converteu-se no Teatro Vasco Santana, e por lá passaram alguns dos nomes mais importantes do teatro e televisão nacional. Com as obras de ampliação e modernização que sofreu posteriormente, foram criados novos espaços que fizeram nascer o Auditório Ana Bola.


Contudo, tudo mudou de figura quando em 2003, a mítica Feira Popular fechou, envolta em grande polémica. Todas as diversões, como também o Teatro, fecharam com exceção dos restaurantes que se foram mantendo em agonia.  E até 2006, os restantes espaços do recinto foram demolidos e houve mesmo uma vã hipótese de reabilitar o Teatro (incluindo-o num novo projeto para a zona), mas até este não conseguiu resistir a outros ventos e acabou por ser demolido.





Atualmente quando se passa pelo local onde outrora existiu um local mágico de diversões, só se vê uma vasta paisagem ao abandono, causando nas pessoas uma sensação de desolamento e melancolia.



Fontes

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