21.4.19

Cinemas do Paraíso: Amadora - Cineteatro D. João V

Continuando o passeio pelas memórias cinematográficas espalhadas pelo Concelho de Amadora, faço uma paragem na Damaia, onde se situa o CineTeatro D. João V


Tentando aproveitar a lei, implementada na década de 1960, que permitia rentabilizar uma determinada construção existente, utilizando-a para os mais diversos fins, não só habitacionais, mas também artísticos, o Cineteatro D. João V foi inaugurado em 27 de Agosto de 1966 na Damaia. O autor do seu projecto foi o Arq.º Luís Soares Branco e construído por Carlos Duarte Caneças, um dos construtores que se lançou ao betão e cimento "quando a Damaia era uma freguesia esquecida (...), quase uma terra de ninguém".


Esta moderna e elegante sala de espectáculos albergava mais de 900 espectadores e possuía uma aparelhagem de climatização e de projecção de som. O filme inaugural foi Lord Jim.


Este espaço possui um painel de baixo relevo do Mestre Domingos Soares Branco (1925-2013), considerado um dos mais importantes escultores portugueses da segunda metade do Séc. XX. Um caledoscópio de cores, definindo a composição normal, enobrecendo o molde e a sua textura com verniz sobre a superficie do cimento, o seu material definitivo.


Durante a sua primeira existência, que durou até aos finais da década de 1990, acolheu diversos espectáculos, como concertos musicais, o Festival Internacional de Magia e de Música Popular Portuguesa, entre outros.

A degradação do edificio e a sua desadequação face às exigências actuais de uma sala de espectáculos, levou à recuperação do mesmo e da sua imagem original, integrando-a num desenho contemporâneo e equilibrado, procurando relacionar-se com a envolvente, ao mesmo tempo que se procuraram  reunir as condições técnicas ideais para o funcionamento das diversas artes performativas. No projecto actual,manteve-se uma certa identidade incorporada pelo espaço, não recusando a mudança e a readaptação, mas sim preservando memórias com a manutenção dos mármores pré-existentes.




Remodelou-se a zona do palco, com 252 metros quadrados e uma boca de cena de 16,50 metros, melhorando e muito as condições técnicas dos espectáculos, bem como os pavimentos e tectos, o que aperfeiçou a acústica da sala. A plateia também foi alterada, garantindo o conforto do espectador, com alguns lugares destinados a pessoas de mobilidade condicionada e assegurando as condições de segurança e melhorando os ângulos de visualização. Adaptou-se a régie e construiram-se duas cabines de tradução simultânea, bem como uma sala de projecção com dimensões adequadas.




Este espaço é composto por 388 lugares e encontra-se completamente equipado, incluindo sistema de projecção digital. Também possui uma zona de foyer/Bar, permitindo uma utilização polivalente (exposições, workshops, apresentações, etc.).


Este espaço reabriu no dia 5 de setembro de 2015, com o espectáculo "Correr o Fado" do QuorumBallet, a companhia de bailado oriunda do Concelho.

FONTES:

. https://arquivo.cm-oeiras.pt/digitalizacao/Imagem.aspx?ID=842758&Mode=M&Linha=1&Coluna=1

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