A história deste cinema inicia-se na Travessa do Secretário da Guerra (actualmente Rua Nova da Trindade), com a edificação de um modesto barracão que servia para albergar circo de cavalinhos, bailarinos, ginastas, arlequins, etc., cujo proprietário era dono de uma tipografia no Rossio.
Manuel Machado (homem ligado ao teatro na altura, devido ao seu emprego como fiscal no Teatro São Carlos) conseguiu convencer o proprietário, o Sr. Motta (tipógrafo de profissão),
a transformar o seu modesto edifício num teatro. Foi assim que nasceu em 1846 a nova sala de espectáculo denominada de Teatro do Gymnásio. A peça inaugural intitulava-se Os Fabricantes de Moeda Falsa e a companhia responsável pela peça era composta por artistas conhecidos e estimados pelo público. Foi nesta peça que o actor Taborda fez a sua estreia na arte da representação.
A sociedade artística que se formara para gerir este espaço prosperou, visto que o teatro se tornara num ponto de encontro para a "boa sociedade", a par de um público de cariz popular.
O teatro viria a encerrar para obras indispensáveis, reabrindo as portas em 1852 com uma nova companhia e com o actor Taborda na linha da frente. No sentido de ser aumentada a sua lotação, este espaço viria a encerrar novamente para obras, reabrindo em 1869 com um novo elenco.
O Teatro do Gmynásio prosseguiria a sua carreira, tornando-se numa das mais populares e frequentadas casas de espectáculo de Lisboa, especializada na comédia e farsa.
Manuel Machado (homem ligado ao teatro na altura, devido ao seu emprego como fiscal no Teatro São Carlos) conseguiu convencer o proprietário, o Sr. Motta (tipógrafo de profissão),
a transformar o seu modesto edifício num teatro. Foi assim que nasceu em 1846 a nova sala de espectáculo denominada de Teatro do Gymnásio. A peça inaugural intitulava-se Os Fabricantes de Moeda Falsa e a companhia responsável pela peça era composta por artistas conhecidos e estimados pelo público. Foi nesta peça que o actor Taborda fez a sua estreia na arte da representação.
A sociedade artística que se formara para gerir este espaço prosperou, visto que o teatro se tornara num ponto de encontro para a "boa sociedade", a par de um público de cariz popular.
O teatro viria a encerrar para obras indispensáveis, reabrindo as portas em 1852 com uma nova companhia e com o actor Taborda na linha da frente. No sentido de ser aumentada a sua lotação, este espaço viria a encerrar novamente para obras, reabrindo em 1869 com um novo elenco.
O Teatro do Gmynásio prosseguiria a sua carreira, tornando-se numa das mais populares e frequentadas casas de espectáculo de Lisboa, especializada na comédia e farsa.
Contudo este espaço foi vítima de um enorme incêndio em 1921, ficando reduzido a escombros. Por esta altura, o edifício era propriedade dos herdeiros do cantor lírico Francisco Andrade, que desde 1916 detinha os direitos de propriedade.
A reconstrução deste teatro deu-se entre 1923 e 1925 sob a alçada do Arq.º João Antunes, contando com a colaboração do Eng.º Fernando Iglésias de Oliveira e dos construtores civis Francisco e Diamantino Tojal. A pintura do tecto da sala ficou a cargo do pintor Domingos Costa.
Esta reconstrução iniciou uma nova era na construção urbana: a era do betão armado. Os teatros e salas de cinema do início do Séc. XX ficavam para trás e entrava-se numa nova fase onde começou a imperar a arquitectura modernista, vitalizada pelo Estado Novo, e pela divulgação de salas com sistema sonoro. A sua fachada neo-clássica, ornada de colunas adossadas, mas em plano saliente ao da fachada, denunciava assim a estrutura totalmente feita em vigas e pilares de betão.
Os "foyers" da 1ª e 2ª ordem estavam decorados em estilo árabe, parecendo-se com um terraço com um balcão alpendrado, repleto de arabescos. Ao nível da 1ª ordem e numa marquise virada para a Rua Nova da Trindade viam-se dois vitrais, o da esquerda alusivo à Comédia e o da direita alusivo à Farsa, dois géneros ligados a este teatro.
O edifício era composto por sete pavimentos: o subterrâneo, destinado a um grande "foyer" para os artistas, cuja forma era oval e cercada pelos camarins dos mesmos;
"Foyer" e camarins dos músicos, casa de adereços e instalações para os dínamos e acumuladores eléctricos;
Pavimento ao nível da rua, ocupado por um grande café com cinco portas, vestíbulo e escada principal para a plateia; salão de entrada e plateia e frisas, constituindo o 1º andar. A plateia era composta por 380 cadeiras, distanciadas por amplas coxias. A grande escada ramificada em duas, no mesmo salão, davam acesso à 1ª ordem de camarotes;
O quarto pavimento era constituído pela 1ª ordem, composta pelo salão de honra do teatro, escritórios, camarotes em numero de 29 e balcão com 80 lugares. Como em todos os pavimentos, também era provido de "toilettes" para homens e mulheres e amplas janelas.
A 2ª ordem, com o mesmo numero de camarotes da 1ª, era constituída por uma galeria que dava para um salão;
A 3ª ordem dispunha de uma entrada especial, na rua, ao lado da entrada para o palco, antes das portas do café. Era constituída por um balcão com 100 lugares, salão e botequim privativo;
O sétimo pavimento constituía-se por um enorme salão de pintura, acomodações para os cenógrafos, arrecadações, etc. Além das escadas, existia um elevador para serviço dos espectadores até à 2ª ordem de camarotes.
A orquestra situava-se debaixo do proscénio. A iluminação era feita por lâmpadas invisíveis O tecto era translucido, coando a luz por toda a sala. A ventilação e o aquecimento faziam-se pelos últimos sistemas.
Este edificio também poderia ser acedido pela Rua do Mundo, mediante um túnel revestido de vitrines destinadas a a exposições artísticas e comerciais. A lotação total era de 1135 espectadores.
Entretanto, este espaço deixa de funcionar como teatro entre 1930 e 1931, tendo passado a cinema em 1934, sob a responsabilidade de A. Brandão Teixeira e J. Moreira da Cruz. Esta medida foi uma forma de rentabilizar este espaço tão bem localizado e grandioso.
Os "foyers" da 1ª e 2ª ordem estavam decorados em estilo árabe, parecendo-se com um terraço com um balcão alpendrado, repleto de arabescos. Ao nível da 1ª ordem e numa marquise virada para a Rua Nova da Trindade viam-se dois vitrais, o da esquerda alusivo à Comédia e o da direita alusivo à Farsa, dois géneros ligados a este teatro.
O edifício era composto por sete pavimentos: o subterrâneo, destinado a um grande "foyer" para os artistas, cuja forma era oval e cercada pelos camarins dos mesmos;
"Foyer" e camarins dos músicos, casa de adereços e instalações para os dínamos e acumuladores eléctricos;
Pavimento ao nível da rua, ocupado por um grande café com cinco portas, vestíbulo e escada principal para a plateia; salão de entrada e plateia e frisas, constituindo o 1º andar. A plateia era composta por 380 cadeiras, distanciadas por amplas coxias. A grande escada ramificada em duas, no mesmo salão, davam acesso à 1ª ordem de camarotes;
O quarto pavimento era constituído pela 1ª ordem, composta pelo salão de honra do teatro, escritórios, camarotes em numero de 29 e balcão com 80 lugares. Como em todos os pavimentos, também era provido de "toilettes" para homens e mulheres e amplas janelas.
A 2ª ordem, com o mesmo numero de camarotes da 1ª, era constituída por uma galeria que dava para um salão;
A 3ª ordem dispunha de uma entrada especial, na rua, ao lado da entrada para o palco, antes das portas do café. Era constituída por um balcão com 100 lugares, salão e botequim privativo;
O sétimo pavimento constituía-se por um enorme salão de pintura, acomodações para os cenógrafos, arrecadações, etc. Além das escadas, existia um elevador para serviço dos espectadores até à 2ª ordem de camarotes.
A orquestra situava-se debaixo do proscénio. A iluminação era feita por lâmpadas invisíveis O tecto era translucido, coando a luz por toda a sala. A ventilação e o aquecimento faziam-se pelos últimos sistemas.
Este edificio também poderia ser acedido pela Rua do Mundo, mediante um túnel revestido de vitrines destinadas a a exposições artísticas e comerciais. A lotação total era de 1135 espectadores.
Entretanto, este espaço deixa de funcionar como teatro entre 1930 e 1931, tendo passado a cinema em 1934, sob a responsabilidade de A. Brandão Teixeira e J. Moreira da Cruz. Esta medida foi uma forma de rentabilizar este espaço tão bem localizado e grandioso.
A exploração como cinema manteve-se por largos anos. Na década de 1940, começou a ser gerido por uma empresa dos associados A. Simões de Souza e Wilhelm Wirges, representante em Portugal do cinema alemão altura, o que justifica a passagem de filmes alemães neste espaço até ao fim da II Guerra Mundial.
Por volta da década de 1950, foi oficialmente classificado como cine-teatro, o que implicava a realização de uma temporada de teatro de 3 meses ao ano.
Por volta da década de 1950, foi oficialmente classificado como cine-teatro, o que implicava a realização de uma temporada de teatro de 3 meses ao ano.
Nos anos 80, o seu interior foi desmantelado mantendo-se, no entanto, a sua fachada. O seu espaço foi mais tarde transformado num centro comercial.
O século XXI trouxe uma nova vida a este antigo cinema que viu o interior novamente renovado passando a funcionar como teatro, chamando-se actualmente "Espaço Chiado".
Fonte:
ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa – Um fenómeno urbano do século XX, Lisboa, Editorial Bizâncio, 2012
FERNANDES, José Manuel, Cinemas de Portugal, Lisboa, Edições Inapa, 1995
RIBEIRO, M. Félix, Os mais antigos cinemas de Lisboa, 1896-1939, Lisboa, Instituto Português de Cinema/Cinemateca Nacional, 1978
http://cinemaaoscopos.blogspot.com/2009/12/ginasio-1934-1981.html
http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2013/06/teatro-do-ginasio.html
1 comments:
descobri agora este blog e não resisti a deixar aqui uma palavra de parabéns pela iniciativa e de ânimo para a alimentar
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