Em 1917, uma ordem camarária obrigou os proprietários dos terrenos vagos na novel Avenida da Liberdade a apresentarem projectos para as suas propriedades, de modo a fomentar a valorização da nova artéria da cidade.
Esta disposição abrangia o rico proprietário Adolfo Lima Mayer, que viu os seus terrenos a serem atravessados pela abertura da avenida. Apesar de ter construído a sua residência na confluência daquela avenida com a Rua do Salitre, Mayer votara ao abandono um talhão situado do outro lado da avenida.
O Cinema Tivoli foi o primeiro grande recinto projectado numa área "elegante" da cidade de Lisboa por iniciativa de Frederico Lima Mayer (filho de Adolfo Lima Mayer), cujo amigo, Arqº Raul Lino, fez o estudo desde 1919.
Esta sala de cinema (actualmente um teatro), foi inaugurada a 30 de Novembro de 1924, sendo que Lino desenhou os próprios programas.
O conjunto construído implanta-se longitudinalmente, com fachada plana revestida de pedra "à romana", frontão clássico sobre a Avenida, grande cúpula e torreão circular na entrada sobre o gaveto com a rua contígua.
As decorações interiores, em pintura, talha e estuque, reforçam uma ambiência artística onde a tradição se conjuga com a modernidade.
As obras iniciadas em 1919 prolongaram-se até 1924, quando a sala abriu pela primeira vez ao público com a apresentação de Violetas Imperiais, com a capacidade para acomodar 2100 espectadores, fazendo dela a maior sala de cinema de Lisboa.
O Tivoli foi dotado para fonocinema em 1930, tendo sido apresentado o primeiro filme sonoro chamado A Parada do Amor.
Lima Mayer nomeou como gerente o tenente coronel Joaquim da Costa Monteiro, que na época era oficial na reserva. Era uma pessoa meticulosa, respeitada e de um enorme carácter que geriu este cinema com zelo e competência até 1934, ano da sua morte. Como seu sucessor na gerência estaria o seu filho Amadeu Monteiro, que seguiria o caminho trilhado pelo pai, conquistando assim a confiança dos proprietários.
Augusto de Lima Mayer seria o director do Tivoli durante largos anos, contribuindo para a manutenção do prestigio que sempre caracterizou este espaço. Foi durante a sua direcção que este edifício dedicou-se aos espectáculos de teatro, music hall e particularmente, de cinema que animaram, durante décadas, as matinés e as soirées.
A burguesia lisboeta revia-se nesta casa e vestia a rigor para os programas mais destacados. O cinema mudo dos anos 20 era acompanhado por um pianista ou por uma pequena orquestra.
Lima Mayer nomeou como gerente o tenente coronel Joaquim da Costa Monteiro, que na época era oficial na reserva. Era uma pessoa meticulosa, respeitada e de um enorme carácter que geriu este cinema com zelo e competência até 1934, ano da sua morte. Como seu sucessor na gerência estaria o seu filho Amadeu Monteiro, que seguiria o caminho trilhado pelo pai, conquistando assim a confiança dos proprietários.
Augusto de Lima Mayer seria o director do Tivoli durante largos anos, contribuindo para a manutenção do prestigio que sempre caracterizou este espaço. Foi durante a sua direcção que este edifício dedicou-se aos espectáculos de teatro, music hall e particularmente, de cinema que animaram, durante décadas, as matinés e as soirées.
A burguesia lisboeta revia-se nesta casa e vestia a rigor para os programas mais destacados. O cinema mudo dos anos 20 era acompanhado por um pianista ou por uma pequena orquestra.
Era o cinema de referências dos sectores "cultos" da cinefilia, mas também conseguia ser popular: durante um ano exibiu na sua sala o filme Música no Coração de Robert Wise.
Muitas das grandes obras cinematográficas mundiais passaram por esta sala de cinema como: O Mundo a Seus Pés, O Ditador, Belinda – Escrava do Silêncio, Duelo ao Sol, A Túnica, O Rei e Eu, A Pousada da Sexta Felicidade, Lawrence da Arábia, Hello Dolly, O Padrinho, O Carteiro Toca Sempre Duas Vezes, Oficial e Cavalheiro, A Golpada, etc.
Desde 1925 nesta sala foram,também, exibidas peças de teatro. Neste palco apresentaram-se, então, companhias tão célebres como a Comédie Française e o Teatro do Vieux Colombier. Pisaram também o palco do Tivoli, em espectáculos musicais, entre outros os maestros Igor Stravinsky, “Sir” Thomas Beechan, Frederico de Freitas e Ivo Cruz, os pianistas Sequeira Costa, Maria João Pires, Tania Achot, Rubinstein e José Viana da Mota, o violinista Yehudi Menuhin, a violoncelista Guilhermina Suggia, e o coro dos Pequenos Cantores de Viena.
Em 1973 o Tivoli deixou de pertencer à família Mayer, tendo sido adquirido por João Ildefonso Bordallo.
Em 1976, este edificio sofreu um atentado bombista, muito em voga na época, tendo a sua fachada sido destruída. Para além da fachada e das portas do cinema, também ficaram destruídos automóveis e expositores da Feira do Livro, que se encontravam na Avenida da Liberdade. Link do video sobre este atentado: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/bomba-na-avenida-da-liberdade/.
Em 1989, este espaço foi adquirido pelo empresário espanhol Emiliano Revilla que, pouco depois, vendeu a maioria das suas acções a uma empresa de capitais espanhóis.
As vicissitudes da vida moderna com diferentes hábitos de consumo cultural e o aparecimento de novas centralidades em outras zonas da cidade condicionaram o ciclo da vida do cinema Tivoli, que teve de fechar as portas. O último filme a ser exibido neste espaço foi "Agarrem este Detective", com Kevin Kline, Alan Rickman e Susan Sarandon.
As vicissitudes da vida moderna com diferentes hábitos de consumo cultural e o aparecimento de novas centralidades em outras zonas da cidade condicionaram o ciclo da vida do cinema Tivoli, que teve de fechar as portas. O último filme a ser exibido neste espaço foi "Agarrem este Detective", com Kevin Kline, Alan Rickman e Susan Sarandon.
No entanto, o destino e a força da memória foram mais fortes que a decadência. Património histórico classificado, o edifício foi carinhosa e cuidadosamente restaurado e valorizado por iniciativa dos seus novos proprietários, em articulação com a Autarquia.
Com a sua reabertura em 1999, começa uma nova fase da história deste belo edifício e também da cidade. A sua capacidade passou a ser de 1088 espectadores, ficando vocacionado para teatro e, principalmente, concertos.
Com a sua reabertura em 1999, começa uma nova fase da história deste belo edifício e também da cidade. A sua capacidade passou a ser de 1088 espectadores, ficando vocacionado para teatro e, principalmente, concertos.
Actualmente, este edifício está a ser gerido pelo Banco BBVA e tem o como nome "Teatro Tivoli-BBVA".
Fontes:
ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa – Um fenómeno urbano do século XX, Lisboa, Editorial Bizâncio, 2012
RIBEIRO, M. Félix, Os mais antigos cinemas de Lisboa, 1896-1939, Lisboa, Instituto Português de Cinema/Cinemateca Nacional, 1978
FERNANDES, José Manuel (1995) Cinemas de Portugal. Edições Inapa
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/bomba-na-avenida-da-liberdade/
http://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/04/cinema-tivoli.html
http://opsis.fl.ul.pt/Infographic/Index?SmallDescription=Tivoli&pageIndex=2
http://opsis.fl.ul.pt/Infographic/Index?SmallDescription=Tivoli&pageIndex=2
https://www.fotold.com/fotos/lugares/1984-cinema-tivoli-em-lisboa--102574
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-do-cinema-tivoli/
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=2215453&Mode=M&Linha=1&Coluna=1http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/x-arqweb/ContentDisplay.aspx?ID=9525ed7e804f0001e240&Pos=1&Tipo=PCD&Thb=0
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/x-arqweb/ContentDisplay.aspx?ID=9525ed7e804c0001e240&Pos=1&Tipo=PCD&Thb=0
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/x-arqweb/ContentDisplay.aspx?ID=9525ed7e804d0001e240&Pos=1&Tipo=PCD&Thb=0
http://pwp.netcabo.pt/teatrotivoli/histport.htm
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