Depois de uma ausência prolongada devido ao regresso à vida académica (que consome bastante tempo), aproveitei uma pequena folga e resolvi viajar no espaço e no tempo para voltar a falar de maravilhas arquitectónicas nacionais.
Desta vez regresso, pela terceira vez, ao arquipélago dos Açores para falar sobre mais uma relíquia arquitectónica que se localiza na Ilha Terceira, mais concretamente em Angra do Heroísmo.
Na Rua da Boa Esperança, mesmo no centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo, em plena zona classificada como Património Mundial pela UNESCO, situa-se o Teatro Angrense. É a principal sala de espectáculos da cidades e uma das mais importantes dos Açores, simbolizando para a população agrense a excelência a nível cultural desde o fim do séc. XIX.
Neste local, na esquina da rampa que dá acesso ao actual Mercado Duque de Bragança, existiu em 1599 um edifício que servia de armazém para mercadorias importadas. Contudo, este edifício foi o foco da epidemia de peste que assolou a cidade naquele ano, o que iria vitimar um grande número de habitantes.
A Câmara Municipal, como medida profilática, resolveu incendiar o dito edifício, que permaneceu em ruínas até 1862, quando um grupo de accionistas se juntou no intuito de construir um teatro. O projecto previa 50 camarotes numa disposição de três ordens, 152 lugares na plateia, 63 cadeiras, um pequeno salão no pavimento superior, um palco e 14 camarins.
Contudo, com o decorrer dos anos, as instalações do teatro mostraram-se pequenas e desconfortáveis com um palco pequeno, camarins muito húmidos e a arquitectura, quer interior como exterior, pobre perante o meio cultural da cidade, que se expandia no inicio do séc. XX.
Contudo, com o decorrer dos anos, as instalações do teatro mostraram-se pequenas e desconfortáveis com um palco pequeno, camarins muito húmidos e a arquitectura, quer interior como exterior, pobre perante o meio cultural da cidade, que se expandia no inicio do séc. XX.
A direcção, com a aprovação da Assembleia Geral, resolveu ampliar e transformar as instalações deste teatro. Este projecto aprovado foi da autoria do Major Eduardo Gomes da Silva, iniciando-se as obras em 1919, sob a direcção do mesmo. A inauguração aconteceu em 1926, com a apresentação da Companhia de Teatro Maria Matos-Nascimento Fernandes. O edificio resistiu sem danos de grande importância ao terramoto de 1980, demonstrando o quão sólido era. Na década de 1990 passou por uma remodelação, já na posse da Câmara Municipal.
É um teatro aberto dito "ferradura", muito utilizado com a evolução da ópera italiana e o teatro romântico, sendo um exemplar único na Ilha e um dos melhores neste arquipélago. Arquitectónicamente, é um edifício que possui todas as características e condições para um desempenho teatral em moldes tradicionais com teia, camarins e palco. A sala tem uma estrutura em madeira, criando boas condições acústicas. Os espectadores dispõem, desde a sua construção, de meados de oitocentos, uma sala com plateia, balcão, frizas, camarotes de duas ordens com salas de fumo e geral. A sua fachada tem influência neoclássica, encimada por um frontão triangular.
A sua lotação é de 636 lugares, distribuídos pela plateia (231), balcão (45), camarotes (332) e frisas (28). Possui actualmente 6 camarins individuais e 6 de ocupação múltipla; uma área de palco de 95 m2; iluminação e sonorização cénica; equipamento de projecção de cinema, serviço de bilheteira local; serviço de bar e foyer para pequenas exposições.
A sua lotação é de 636 lugares, distribuídos pela plateia (231), balcão (45), camarotes (332) e frisas (28). Possui actualmente 6 camarins individuais e 6 de ocupação múltipla; uma área de palco de 95 m2; iluminação e sonorização cénica; equipamento de projecção de cinema, serviço de bilheteira local; serviço de bar e foyer para pequenas exposições.
Este edifício foi classificado de Imóvel de Interesse Público pela Resolução nº 152/89, de 5 de Dezembro, publicado no Jornal Oficial, I Série, nº 49.
Recebeu grandes nomes nacionais e internacionais do mundo teatral, como também artistas locais. Nos últimos anos passaram os mais diversos espectáculos pelo seu palco, desde Carlos do Carmo até aos musicais de Filipe La Féria. É de realçar a passagem da grande fadista Amália Rodrigues por este teatro em 1953, levando ao rubro quer os agrenses, como também as receitas do mesmo.
Fonte:
- http://www.cm-ah.pt/showPG.php?Id=325
- http://cultura.cm-ah.pt/espacos/index.php?id=2
- http://philangra.blogspot.pt/2013/02/o-teatro-angrense.html
- http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=8171
- http://cblogazores.blogspot.pt/2012/02/teatro-angrense-tipo-de-imovel.html#.U4pWSvldWSo
- http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Teatro_Angrense,_escadarias.jpg
- http://upfc-colmeal-gois.blogspot.pt/2011/07/uniao-no-teatro-micaelense.html
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